Santa Maria registrou três vezes mais casos confirmados de dengue em 2022 em comparação com ano anterior

Arianne Lima

Santa Maria registrou três vezes mais casos confirmados de dengue em 2022 em comparação com ano anterior
O ano de 2022 foi de alerta para a vigilância em saúde. O número de casos confirmados e óbitos por dengue, por exemplo, foram os maiores já registrados no Estado. No mesmo ano, Santa Maria contabilizou 170 casos confirmados de dengue. O índice é quase três vezes maior do que o registro de 2021, que foi de 63 diagnósticos positivos. Para 2023, um planejamento com medidas a serem adotadas em todo o Rio Grande do Sul busca mudar o cenário em que a presença do Aedes Aegypti atingiu 91% do território gaúcho.

Fique atento aos sintomas

Entre os principais sintomas da dengue, estão:

febre alta

dor de cabeça

dores no corpo e articulações

cansaço

fraqueza

dor atrás dos olhos

manchas vermelhas na pele

Em alguns casos, o paciente também podem apresentar erupções e na forma mais grave da doença, dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. Extravasamento de plasma ou hemorragias são considerados sinais de alerta, porque podem levar o paciente a choque grave e óbito. Ao apresentar qualquer sintoma, procure atendimento médico.

Cenário

Conforme dados da Vigilância em Saúde de Santa Maria, foram registrados 234 casos confirmados em 2020, o que caracterizou um cenário de epidemia da doença no município. No ano seguinte, foram apenas 63 diagnósticos positivos. Em 2022, o número aumentou consideravelmente, contabilizando 170 positivados.

Em maio de 2022, a prefeitura, em parceria com a 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS), efetuou ações de pulverização do inseticida Cielo ULV em áreas nas quais foram registradas a presença do Aedes Aegypti. Grande parte dos casos confirmados predominavam em bairros da Região Oeste, como Pinheiro Machado, Tancredo Neves e Juscelino Kubitschek.

O ano foi encerrado sem registro de óbitos em decorrência da doença e apesar do alto índice, sem situação de surto generalizado constatada, ou seja, em toda a cidade. Vale lembrar que Santa Maria registrou apenas três surtos generalizado de doença nos últimos anos, sendo o primeiro foi em 2019.

A prefeitura informa que o painel de monitoramento da dengue conta com atualizações anuais, sendo que a cada virada de ano, ele é zerado. Também são monitorados possíveis casos de Zika e Chikungunya, ocasionadas pelo mosquito Aedes.

2023 começou com casos em investigação

Com a virada de ano, o painel já inicia com dois casos em investigação em 2023. De acordo com o painel de monitoramento, os quadros analisados são de um homem e uma mulher, com idades entre 20 e 29 anos e entre 40 e 49 anos, moradores dos bairros Itararé e Nossa Senhora de Fátima. Para entender a situação dos investigados, o Diário entrou em contato com a prefeitura, que forneceu informações detalhadas sobre cada caso:

Caso 1

Paciente apresentava sintomas como febre, cefaleia e artralgia e buscou atendimento médico em 2 de janeiro no Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo

A coleta do material foi feita no mesmo dia, sendo encaminhada para análise no Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen) em 4 de janeiro

O caso segue em investigação, aguardando pela segunda coleta para confirmação ou descarte

Caso 2

Paciente apresentava febre, mialgia, cefaleia, vômitos, náuseas, dor nas costas, dor retro orbital e artralgia, buscando atendimento no dia 4 de janeiro na Estratégia de Saúde da Família (ESF) Itararé

A coleta do material foi feita no dia 5 de janeiro, sendo encaminada para análise no Lacen no dia 9

O caso foi descartado no dia 16 de janeiro

Planejamento para 2023

Para iniciar o ano com mudanças no cenário, o Estado lançou um programa de ações para o Enfrentamento ao Aedes e às doenças provocadas pelo mosquito na última quarta-feira (18). O evento, que ocorreu na sede da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), em Porto Alegre, contou com a presença da secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann; o presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado (Cosems/RS) e secretário de Saúde de Santa Maria, Guilherme Ribas, entre gestores municipais e autoridades.

Em 2022, o Estado notificou mais de 98 mil casos suspeitos e confirmou quase 67 mil casos de dengue. Também foram registrados 66 óbitos pela doença no ano passado, sendo o maior índice contabilizado na série histórica. O mosquito Aedes aegypti esteve presente em 91% das cidades gaúchas, totalizando 453 municípios classificados como infestados.

– Se nós tivemos quase 67 mil casos confirmados e 66 obitos, nós precisamos sair daqui ao menos com o compromisso de que 2023 será um ano de saúde e com o qual iremos nos orgulhar em diminuir o número de casos confirmados e suspeitos, e sensivelmente, o número de óbitos – afirmou Arita no lançamento.

Atualmente, 296 municípios gaúchos contam com Planos de Contingência atualizados. O objetivo é ampliar a atuação a partir da criação de comitês municipais. Em discurso, Ribas argumenta que manter um fluxo de notificações também será essencial:

– O processo começa com os cuidados em casa. Mas, é importante que os municipios com suas equipes técnicos tenham um fluxo bem estabelecido. Se não tivermos fluxo bem estabelecido, não teremos notificações.

Durante o lançamento, o diretor adjunto do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), Marcelo Valandro, apresentou dados sobre o cenário, quais são os fatores de risco para a expansão da dengue e quais são as estratégias já adotadas pelo Estado. Entre as medidas, está a emissão de comunicados de risco para as 30 regiões.

– Quando a gente comunica um risco, dizemos que isso está acontecendo e precisamos pensar nessa doença para não ter o desfecho que teve – explica Valandro.

Faça a sua parte

Mantenha a caixa d’água sempre fechada;

Encha de areia, até a borda, os potes e os vasos de plantas;

Não deixe a água da chuva acumular em recipientes;

Mantenha tampados tonéis e barris de água;

Guarde garrafas de cabeça para baixo;

Recolha seus resíduos;

Use repelente;

Utilize inseticida em locais escuros (perto do chão e proximidades de piscina);

Atenção às piscinas, especialmente as de plástico

Para denúncias de locais com água parada em Santa Maria, ligue para (55) 3921-7159 ou acesse o formulário pelo site da prefeitura

Arianne Lima – [email protected]

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